Entrou por um ouvido e saiu pelo outro? O movimento “A Better Ubisoft” publicou uma carta aberta para a produtora um ano atrás, assinada por mais de mil desenvolvedores. O texto pedia mudanças na cultura interna, acusada de estimular comportamento tóxico de gerentes e diretores e permitir a prática de assédio. A carta também era uma manifestação de solidariedade com profissionais da Activision Blizzard, que atravessavam um cenário similar ou ainda pior. Um ano depois, o movimento afirma que a Ubisoft não se mexeu e nada aconteceu.
Em 2020, Yves Guillemot, chefão e fundador da produtora francesa, chegou a se pronunciar oficialmente sobre os escândalos e prometeu “garantir que todos se sintam bem-vindos, respeitados e seguros”. Entretanto, de acordo com a carta aberta de 2021, a empresa precisava ainda cumprir uma série de alterações em seu ambiente, como oferecer um assento para os desenvolvedores na tomada de decisões da produtora e estabelecer um regime de colaboração ao longo de toda a indústria para evitar esse tipo de situação.
A Better Ubisoft acusa empresa de não atender nenhuma demanda
Em uma sequência de mensagens no Twitter, o movimento avaliou os resultados depois de um ano de reivindicações e a conclusão não foi positiva. Segundo seus integrantes, a gigante francesa segue perdendo profissionais do sexo feminino, inconformadas pela toxicidade do ambiente de trabalho. Elas comporiam agora apenas 25% da força profissional da Ubisoft, após uma saída em massa nos últimos doze meses. Além disso, um quarto daqueles que assinaram a carta aberta pediram as contas e foram procurar emprego em outra empresa.
Até o presente momento, a Ubisoft manteve o silêncio sobre as solicitações do grupo ou sua decepção após um ano. Em dezembro passado, Anika Grant, responsável pelo departamento de recursos humanos da produtora, admitiu em vídeo que 29% dos funcionários não estavam satisfeitos com as condições de trabalho na empresa e que havia uma forte demanda por transparência e responsabilização de práticas incorretas.