Fazia um tempo que não jogava um game de combate aéreo. Até por ser um gênero não muito explorado, convenhamos. Os últimos que joguei foram Blazing Angels 2 e o After Burner: Black Falcon (PSP). Quando vi o anúncio da Ubisoft sobre o HAWX, novo game assinado pelo aclamado escritor Tom Clancy, eu me empolguei. Principalmente porque a produção seria feita pela Ubisoft Romania, justamente a mesma que produziu os dois Blazing Angels. Então era de se esperar um misto entre simulação e combate estilo Arcade. Quando a demo saiu, foi a maior surpresa para nós brasileiros: duas fases jogáveis no Rio de Janeiro.
Na história, ambientada num futuro próximo, você é o piloto norte-americano David Crenshaw, integrante do HAWX., um grupo de suporte à equipe Ghost. Quando o grupo é desfeito, Crenshaw é recrutado pela Artemis, multinacional que possui seu próprio exército particular. E assim, a história se desenrola com missões ao redor do mundo (incluindo o Brasil), defendendo os interesses da Artemis e seus clientes. Plot simples, mas eficiente e com boas reviravoltas.
Por exemplo, na missão do Brasil, você tem que defender o Rio de Janeiro de ataques terroristas. No meio da missão rola a quebra de contrato entre a Artemis e o governo brasileiro, que assina com os terroristas e força Crenshaw a mudar de lado. Defender o Brasil é legal pra caramba, mas mudar de lado de uma hora pra outra? Aaahh, broxei…
Deixando a história de lado, o game possui uma excelente jogabilidade. Não é fácil aprender a pilotar as aeronaves, até porque são vários comandos. O estilo Arcade só é visível mesmo durante as batalhas. Demora um bocado para se acostumar com o controle. Pelo menos as aeronaves são bem parecidas na jogabilidade, diferindo-se muito pouco na velocidade. Pra não escolher errado, o jogo aponta a melhor aeronave para cada missão. E opção é o que não falta! Até mesmo aquela aeronave em formato triangular, A-12 Avenger II, está presente no jogo.
O jogo apresenta um sistema chamado ERS (Enhanced Reality System), que ajuda a travar a mira no alvo. Isso evita ter que ficar atirando feito doido até acertar os adversários. A mira muda pra cor vermelha, bastando atirar ou soltar um míssel teleguiado. Quando você estiver sendo perseguido, você pode acionar o modo de interceptação, que traça uma rota em azul. Se o adversário disparar um míssel contra você, há também como desviar dele ativando a rota de fuga (que aparece em vermelho) ou soltando sinalizadores, para enganá-lo.
No geral, as missões são semelhantes: defender algo, interceptar ataques, enfrentar caças, escoltar um avião de passageiros, de carga, e etc. As missões não são nada criativas e logo você se verá numa cansativa batalha chata e repetitiva. O modo singleplayer se esforça em manter um clima intenso de combate, com uma trilha sonora bem embalada, mas não ajuda muito. Os cenários também não ajudam.
O game é bonito, mas não tão detalhado como deveria ser. As aeronaves estão caprichadíssimas, baseadas em modelos reais, mas o mesmo não pode ser dito quanto aos terrenos. Mesmo com todo o trabalho feito em cima de pesquisa de fotos por satélite, a impressão que se tem é de ver uma textura aplicada sob relevos, com casas que mais parecem caixas com textura de prédio do que uma construção de verdade. Ao dar um rasante próximo ao solo, você terá uma idéia clara do que estou falando.
O lado bom de HAWX fica por parte do seu sistema de experiência, que evolui em níveis conforme sua experiência nas batalhas do modo singleplayer e multiplayer. Quanto mais você eleva este nível, mais aeronaves e tipos de mísseis são liberados. HAWX acaba valendo a pena mais pelo modo online ou co-operativo do que pela campanha singleplayer. Então se você é fã de combate aéreo, jogue a demo antes para ter certeza de que este game irá lhe agradar.