A Grécia é o lar da civilização ocidental, lar da filosofia e democracia, berço de histórias sobre criaturas fantásticas, heróis lendários e deuses feitos à imagem dos homens. Com tanta riqueza histórica e mitológica, Assassin’s Creed Odyssey entrega um mundo rico em cavernas, templos e ilhas para serem exploradas, em busca de artefatos e mistérios.
Após o último jogo, Origins, que se passou nas misteriosas e místicas areias do Egito, chegamos ao que seria o primeiro jogo em ordem cronológica, iluminando ainda mais o passado da Ordem dos Assassinos, que desejam proteger a raça humana daqueles que apenas querem seu controle absoluto.
Dos mistérios da Ilíada, se criou uma Odisseia.
Com tanta riqueza cultural e histórica a ser explorada nas lindas ilhas gregas, a equipe da Ubisoft pôde mais uma vez trazer uma história nova da longa batalha entre assassinos e templários. Trazendo uma época de grande importância para a história, somos apresentados à duas personagens que dividem muito mais do que uma história: o casal de irmãos Alexios e Kassandra.
Pessoalmente, poucos jogos da série realmente me agradaram, mas tenho que admitir que poder visitar a terra dos deuses do Olimpo é algo muito satisfatório. Trazendo uma representação das Ilhas Sarônicas e Jônicas, o jogador poderá desbravar os mares revoltosos de Poseidon, travar guerras por Ares, correr pelos vales como Hermes e conquistar a glória como Hércules.
Assassin’s Creed Odyssey começa colocando os jogadores na pele do lendário Rei Leônidas. O líder dos 300 de Esparta marcha para sua última campanha na Batalha de Termópilas. Após derrotar um batalhão Persa, os Espartanos descobrem a traição de Efialtes de Mális. Com isso, resta à eles sucumbirem à emboscada Persa.
Desta vez não temos Rodrigo Santoro usando correntes e sungas de ouro. Durante a derrota de todos os seus soldados, Leônidas, agora com sua lança partida, desaba e perece junto de seus homens. Anos se passam até que um dos irmãos (de acordo com sua escolha no game) surja novamente empunhando a lança de Leônidas, que é muito mais do que uma simples arma
Como sempre, a história se passa com o grupo dos Assassinos acessando memórias através do Animus, a máquina de realidade virtual que permite aos usuários acessarem memórias antigas. Inédito na franquia, o jogador pode escolher com qual dos irmãos jogar a campanha do começo ao fim, embora a decisão não altere o rumo da história
Na trama, Alexios ou Kassandra acaba quebrando uma rígida lei Espartana e é lançado de uma montanha por seu pai, sobrevivendo à queda e se tornando um mercenário na ilha de Cefalônia. Somos então lançados em uma das épocas de maior conflito do mundo antigo, a Guerra do Pelopones
Após conhecermos um misterioso homem chamado Elpenor e resgatar o capitão Barnabas, somos apresentados às diversas ilhas gregas que podemos explorar. A liberdade que Assassin’s Creed Odyssey permite ao jogador experimentar é incrível, com um mapa bastante extenso, inimigos variados (incluindo criaturas mitológicas) e locais históricos para deslumbrar. Tudo isso garante ao jogador muitas horas de jogatina, enquanto a curiosidade o guia por este passado glorioso e igualmente cruel.
Devido à guerra do Peloponeso, a Grécia se encontra dividida, e por isso é normal ver soldados Atenienses e Espartanos lutando em diversos lugares. Muitas vezes será vantajoso para você atacar determinadas ilhas para mudar ou manter a nação em controle de tal local. Garantindo itens, informações sobre alvos, dinheiro e muita experiência.
Quanto ao sistema de progressão de níveis, o jogador deve sempre levar em conta estratégias de aproximação e fuga quando for entrar em combate. Caso haja muita diferença entre os níveis, realizar um assassinato direto é praticamente impossível. Ainda mais quando estiver invadindo os muito bem defendidos fortes espalhados pela Grécia
Além disso, caso o jogador se torne um mercenário prolífico, isso irá chamar a atenção das pessoas. Ao diminuir o controle de Esparta ou Atenas em determinadas regiões, os jogadores serão confrontados por outros mercenários que estão atrás de sua cabeça. Para evitar isso, o jogador pode matar os mesmos, pagar a recompensa para eles ou matar os contratantes.
Ao subir de nível, você recebe pontos de habilidade para desbloquear habilidades passivas e ativas. Elas são divididas em 3 tipos: habilidades de caça, guerreiro e assassino. Aumentando os pontos de caça, o arco se torna mais poderoso. Com habilidades de guerreiro, o dano em combate se torna maior. E as habilidades de assassino irão decidir o dano em abordagens direta. Algumas são passivas e aumentam o dano, ou a eficácia de alguns ataques, já outras são ativas e permitem que o jogador de um golpe super poderoso, chute seu oponente ou até mesmo encha a arma de veneno ou a cubra de chamas.
Mesmo com os avanços feitos na engine do game, ainda é possível encontrar a marca registrada da Ubisoft: bugs. Felizmente não há nada tão grave como os oceanos que somem em AC Black Flag ou pessoas com rosto deformado em AC Unity. Em certos momentos a movimentação da personagem dá umas travadas, inclusive não obedecendo os comandos durante uma escala. Volta e meia tive de corrigir na unha o “piloto automático” do cavalo ou até mesmo ir a pé, por ser mais prático.
Barcos, os verdadeiros Cavalos de Tróia do mar
Mas o mar não está para peixe: muitas vezes os navios inimigos irão abordar o jogador, com golpes a toda velocidade e saraivadas de flechas.
Para sobreviver é necessário fazer uso das habilidades de contra-ataque até que seja possível embarcar no navio inimigo, iniciando uma luta por espólios. Ou então faça que nem um verdadeiro guerreiro faria e dê um drift aquático para simplesmente atravessar a embarcação inimiga ao meio, jogando corpos e tesouros ao mar.
Como é de praxe, claro que a história flerta com a mitologia, e com isso somos apresentados à uma poderosa ordem que deseja controlar Alexios e Kassandra. Conhecidos como Culto do Cosmos, essas pessoas irão fazer de tudo para poderem controlar os irmãos e o artefato místico que ressoa na presença deles.
Para impedir a ambição do culto, resta aos jogadores explorarem o mundo de Assassin’s Creed Odyssey. E que mundo, devo dizer. A representação das ilhas do continente, dos magníficos e imponentes templos e estátuas espalhadas pelo país, cheio de pistas sobre membros do culto, pedaços da história do nosso e do próprio mundo do jogo.
As batalhas em Assassin’s Creed Odyssey são um espetáculo aos olhos. Mas estratégia é a palavra chave para não ser abatido por seus oponentes. Utilizando armas como adagas, espadas, machados, bastões e lanças o jogador pode ir para um combate direto mano a mano com diversos oponentes ou ir eliminando cada um deles de maneira lenta e sistemática.
O jogo também traz um extenso e bem trabalhado sistema de RPG. Com um mundo tão vasto e populoso existem diversas tarefas a serem realizadas para os mais diversos NPCs. Com isso cada canto explorado pode revelar uma nova pista, descoberta ou caça que irá testar o jogador e o que ele aprendeu sobre esse mundo com sua interação com seus habitantes.
Para acompanhar as belas paisagens do jogo e as incríveis aventuras de nossos protagonistas pelo berço da civilização ocidental, temos uma agradável trilha sonora, trazendo instrumentos da época e um ar místico e misterioso, completando de maneira majestosa a obra.
Assassin’s Creed Odyssey oferece uma experiência fantástica, a ponto de surpreender até mesmo os fãs mais assíduos. Se AC Origins conseguiu revitalizar esta franquia já desgastada pelo tempo, AC Odyssey garante um novo rumo para ela. Tá certo que o tema ajuda bastante, mas as mudanças feitas pela Ubisoft no gameplay são dignas de aplauso de pé.
Mas agora que joguei e me apaixonei por Odyssey, pretendo ficar a par dos últimos jogos da série. O jogo não é perfeito e falha em alguns aspectos, mas nada que atrapalhe a verdadeira aventura que espera os jogadores.
Caso sempre tenha imaginado como seria aliar-se aos Espartanos ou Atenienses durante a batalha do Peloponeso, pegue seu elmo, vista sua toga, clame pelo favor dos deuses e marque seu nome nas pedras eternas da Grécia em Asssassin’s Creed Odyssey. É uma aventura que você não pode deixar de participar.